Resumo
O CAPS de Itanhandu, cidade com 15 mil habitantes no sul de Minas Gerais, enfrentava um aumento nas internações de longa permanência, principalmente em pacientes com transtornos psiquiátricos e dependência química. Até 2022, o CAPS era o único ponto de atendimento em saúde mental, atendendo desde casos leves até graves. A cidade possuía licitação permanente de clínicas psiquiátricas, o que gerava reinternações frequentes e gastos crescentes.
Em 2022, uma reestruturação do serviço foi iniciada, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde, da literatura especializada e melhores práticas em saúde mental, inspirados por experiências bem-sucedidas de outros municípios. A reformulação visou fortalecer o cuidado em liberdade, adotando estratégias para uma abordagem mais integrada e efetiva na rede de atenção psicossocial, visando a (re)inserção social dos usuários. Como resultado, o gasto com internações de longa permanência foi reduzido a zero em 2024.
A experiência destacou a importância da articulação entre serviços de saúde e demais setores da rede, o fortalecimento do cuidado territorial, promovendo um atendimento mais humanizado e alinhado com os princípios da luta antimanicomial e da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).