Resumo
O presente trabalho, desenvolvido a muitas mãos, traz para a discussão a função formadora dos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo na formação em ato de trabalhadores no SUS e para o SUS. Assim, o fio condutor do trabalho apresenta uma discussão sobre três dimensões que foram destacadas em torno da formação. A primeira delas, da educação permanente como Política Nacional e como esta se realiza, na prática, em um ambulatório ampliado de saúde mental. No bojo desta reflexão, aborda-se a função da reunião de equipe e da supervisão clínico-institucional como dispositivos formadores, considerados, então, a segunda dimensão. A supervisão clínico-institucional visa articular clínica e política, território, além de manejar possíveis impasses e dificuldades da equipe entre si ou com outros serviços da rede de cuidados.
Este dispositivo opera essencialmente durante a reunião de equipe, atividade prioritária em todos os ambulatórios ampliados de Niterói, em que as equipes se reúnem para se debruçar, refletir e discutir o dia a dia do trabalho. A terceira delas é a preceptoria como dispositivo de formação e acompanhamento de estudantes e profissionais, e o que caracteriza o papel e função do preceptor. Considera-se que, para além dos preceptores – profissionais designados nesta função articulada ao ensino, o serviço conta com uma equipe formadora, que sustenta em conjunto a importância da formação de novos profissionais e se deixa, igualmente, formar quando se deixa interrogar por dúvidas e constrói coletivamente soluções para os impasses que se apresentam no cotidiano do trabalho.