Resumo
No contexto do sistema prisional, a principal função do psicólogo é ampliar a compreensão da pena ou medida alternativa, indo além da mera perspectiva punitiva. O trabalho visa ajudar o indivíduo a reconhecer sua história pessoal, seus valores, e suas expectativas em relação ao futuro e ao benefício que pode obter. Essa abordagem pode ter um impacto significativo ao longo do cumprimento da medida, potencialmente reduzindo intercorrências. Diferente da clínica tradicional, as sessões de psicoterapia no sistema prisional são breves. O objetivo é identificar a demanda do reeducando e elaborar um plano de tratamento que ofereça acolhimento e suporte em seu contexto atual.
A solicitação do atendimento psicológico é feita ativamente pelo próprio reeducando, que envia um bilhete à unidade. Durante os atendimentos, observa-se uma frequência de queixas relacionadas à dificuldade de dormir e à ansiedade provocada pela privação de liberdade. Quando necessário, além da psicoterapia breve, é realizado o encaminhamento para uma unidade especializada em saúde mental, onde o reeducando pode consultar um psiquiatra. Adicionalmente, são promovidas visitas infantis em um espaço lúdico às sextas-feiras, proporcionando ao reeducando a oportunidade de passar um momento significativo com seus filhos. Essa iniciativa contribui para o fortalecimento dos vínculos familiares e para o bem-estar emocional dos envolvidos.