Resumo
Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de um grupo realizado com pessoas em situação de rua que fazem acompanhamento no CAPS AD. A ação é realizada na antiga estação ferroviária FEPASA do município de Pirassununga, a qual é território de grande circulação desses sujeitos. Tendo isso em vista, os encontros são semanais e tem em média seis participantes junto de três psicólogos e dois estagiários. Levando-se em consideração as singularidades dessa população, as demandas são plurais, porém, um ponto comum refere-se às desigualdades sociais e a invisibilização das pessoas em situação de rua, sobretudo, as que fazem uso de substâncias.
Com isso, eles relatam sobre as diversas vivências e dificuldades no cotidiano, como violência policial, internações em comunidades terapêuticas, fome e como a sobrevivência na rua leva ao uso prejudicial de álcool e crack. Nos encontros, os profissionais disponibilizam comida, preservativos e as medicações daqueles que encontram obstáculos para buscá-las no CAPS. Vale ressaltar o caráter intersetorial do grupo, visto que um ESF juntou-se a essa proposta de atividades extramuros e disponibilizou testagens de diversas doenças, a fim de garantir o acesso aos serviços da unidade.
Em suma, as propostas de descentralização das ações do CAPS AD são cruciais para garantir o direito à cidadania e à saúde. Além disso, as ações de redução de danos demonstraram-se mais eficientes no território dos usuários.