Resumo
Apesar das mudanças de gestão, podemos compartilhar a experiência de ter a Redução de Danos como Política Norteadora do cuidado, dos munícipes em Situação de Rua em nossa cidade, só mantida pelo comprovado acesso, qualidade e efetivação do cuidado. Há 22 anos as ações de Redução de Danos (RD) na rua foram iniciadas, “A partir de junho de 2002, o município de Santo André organizou suas primeiras ações de redução de danos, tendo como público principal as crianças e adolescentes em situação de exploração sexual, que, na sua maioria, o fazem em troca de facilidades para se conseguir cocaína e crack” (Silva, 2009) e há 11 anos, a Unidade de RD, se tornou o Consultório na Rua.
Conseguimos isso utilizando tecnologias leves (Merhy, 2002), com os profissionais focados no cuidado em liberdade e no desejo dos atendidos, seguindo uma abordagem de baixa exigência, que aceita, reconhece e estimula o protagonismo e a emancipação dos usuários. Sem julgamentos morais, ofertando políticas e procedimentos que visam a redução das consequências prejudiciais dos comportamentos de risco, garantindo a reinserção em seus núcleos sociais, melhorando sua qualidade de vida e o acesso a direitos fundamentais, realizando parcerias com as redes de cuidado e com os munícipes, realizando ações no território partindo da necessidade e a pedido dos pacientes e mantendo assim, o processo de construção de estratégias mais seguras, adaptáveis e eficazes de autogestão e autocuidado, incluindo o protagonismo e a emancipação de quem é conhecedor de si mesmo e do seu território.