Resumo
Diante do desafio de refletirmos sobre a Reforma Psiquiátrica para além da ideia de serviços, surgiu o projeto “Saúde Mental em Movimento”. Essa iniciativa configura-se como uma estratégia de cuidado por meio da ocupação dos espaços abertos da cidade, permitindo que os sujeitos circulem, estabeleçam seus laços e seus territórios.
Com esse propósito, planejamos encontros periódicos dos usuários em espaços públicos da cidade, onde são desenvolvidas as mesmas atividades oferecidas nos equipamentos, como oficinas de música, expressão corporal, espaço de convivência, acolhimento, entre outras. Além disso, por meio desse movimento, buscamos apresentar à população os dispositivos da Saúde Mental e, ao interagir com ela, dialogar sobre o direito das pessoas em sofrimento psíquico de atuarem na sociedade como qualquer outro indivíduo.
Dessa forma, estabelecemos uma ação de articulação entre o interno e o externo, promovendo uma interlocução com os territórios de vida dos usuários, construindo diálogos e apresentando as múltiplas formas de cuidado em saúde mental. Esse projeto assume, nos territórios, um modelo de atenção com ênfase na base territorial e comunitária, promovendo os direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas por meio de uma atenção humanizada, centrada nas necessidades dos usuários e na diversificação das estratégias de cuidado.
Nesse contexto, o projeto estabelece um entendimento ampliado da saúde, priorizando uma abordagem que considera o sujeito, sua família e a comunidade em que ele vive.