GALERIA DO CICLO DE DEBATE 2017 - PARTE 2/3

Exemplo de texto para o vídeo

Quando se fala em direitos humanos, as pessoas logo associam ao direito à vida, saúde, segurança e outros mais difundidos. Um direito pouco conhecido é o direito à comunicação e informação. Em 1978, a UNESCO publicou o Relatório McBride, que defendia que deveria haver uma democratização da informação, antes concentrada na mão de poucos. Esse relatório gerou embates, como a saída dos Estados Unidos, Japão e Reino Unido da UNESCO e por um longo período, houve dificuldade no reconhecimento da necessidade de democratizar a informação.

Esta pauta é muito importante e é defendida pelo Rodrigo Murtinho, diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da Fiocruz, pesquisador do Laboratório de Comunicação e Saúde e liderança na discussão da ciência e dados abertos. Rodrigo demonstra diversas informações acerca do acesso à informação na ciência ao longo do tempo. Essa temática aponta para a necessidade de entendimento da importância da comunicação e informação para o mundo, onde tem papel central na reprodução capitalista. Aponta para a necessidade de liberação das informações científicas a todos, e por fim, demonstrou os caminhos a se tomar para que a informação se torne democrática.

Já faz 25 anos que a internet começou no Brasil, essa que pode ser chamada de uma das maiores revoluções tecnológicas de todos os tempos e um dos patrimônios da humanidade. A internet se tornou o que é, porque seus desenvolvedores decidiram não a patentear, deixando-a aberta para que todos pudessem aperfeiçoá-la. Existem diversos desafios hoje, como o direito à privacidade e o uso das suas informações por grandes corporações.

O Professor Nelson Pretto é vinculado à Universidade Federal da Bahia (UFBA), e tem experiência e vivência com diversos assuntos. Um desses, relacionado à internet, e muito importante para o debate da Ciência Aberta, é o da Ética Hacker que é feita por um entusiasta da programação, que entende que o compartilhamento de informação é um bem poderoso, e compartilha suas experiências, contribui com a elaboração de softwares gratuitos, a fim de facilitar o acesso à informação. Além disso, debate sobre a rede de internet, seus desafios, lutas políticas, e principalmente, sobre o avanço das grandes corporações sobre a vida das pessoas e uma aproximação da área da educação, criando parcerias com escolas e universidades. É importante refletir que, embora se diga que tudo na internet é grátis, hoje o preço é alto: suas informações e privacidade.

Exemplo de texto para o vídeo

A indústria editorial é altamente lucrativa. É possível recordar que no passado, era comum que os estudantes das universidades compartilhassem livros entre si, e era comum que tirassem cópias de livros e artigos sem grandes problemas. O capitalismo se alterou ao longo do tempo passando de um modelo industrial para outro informacional, criando assim o movimento pela mercantilização da ciência. Criaram barreiras e se criminalizou o acesso livre. Hoje a realidade é de que os materiais estão protegidos, inacessíveis e custam caro.

Nasce aí o Movimento pela Ciência Aberta e Colaborativa e a Profa. Sarita Albagli, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT, professora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentou diversas informações acerca do movimento, tão necessário. Sarita aponta experiências em países que têm uma maior liberdade de circulação de conhecimento, onde estes tiveram maiores taxas de inovação. Relembra também que os ideias originais da ciência é de que a informação seja livre, colaborativa e aberta a todos.

A era da tecnologia tem algumas características, uma bastante negativa é o fato de os dispositivos ficarem obsoletos de forma programada. Os softwares e hardwares são criados e pensados com um prazo de validade. A produção de lixo tecnológico tem avançado bastante nos últimos anos. Com isso, há iniciativas de softwares abertos, como o sistema operacional Linux, de utilizar equipamentos que se tornariam obsoletos pelos softwares e agora ganham sobrevida, reduzindo assim o lixo tecnológico.

O Felipe Fonseca é pesquisador independente e membro do Laboratório Experimental de Educação Aberta, Inovação Cidadã e Tecnologias Livres UBALAB, e reflete sobre diversas iniciativas para maior utilização de softwares abertos e também a ciência aberta.  Felipe participou do Projeto Ciência Aberta Ubatuba que deseja promover uma aproximação entre os diversos campos, conhecimentos e atores cognitivos da ciência. Outro ponto importante é que uma análise mostrou que Ubatuba-SP tem uma grande quantidade de estudos realizados na cidade e sobre a cidade, mas a quantidade de devolução dessas produções científicas é muito baixa, o que levantou a preocupação do uso da cidade para produção, mas sem a responsabilidade de devolver o conhecimento produzido.

Entrevistas de 2017

Diversos especialistas foram convidados para falar de temas muito importantes no 1º Ciclo de Debates do Mar Aberto.

ASSISTIR AS ENTREVISTAS