GALERIA DO CICLO DE DEBATES 2020 - PARTE 1/3

O evento iniciou com a fala de abertura promovida pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, que mediou o encontro. Fabiana é coordenadora do Projeto do Mar Aberto e abordou inicialmente o sucesso da parceria com a UNASUS. Discorreu também sobre a mudança de cenário do presencial para o virtual e apresentou os convidados da mesa: Professora Joselice da Silva Pinto, Professor Dalvan Antônio de Campos e Professor Lucio França Teles.

“Efeitos da Pandemia na Educação Permanente em Saúde: fortalecimentos e fragilidades” foi o tema apresentado pelo professor Dalvan que dividiu sua apresentação em quatro etapas: Aspectos gerais da pandemia, Educação na Saúde, Fortalecimentos e Fragilidades. Iniciou sua apresentação falando sobre os efeitos do corona vírus na sociedade e em como a necessidade de isolamento social impactou a vida das pessoas. Percebeu um aumento de 40 a 50% no uso da internet e que com isso, houve um agravamento nas desigualdades sociais, principalmente pelo acesso a dispositivos tecnológicos e uma internet de qualidade que permita ao usuário acessar o ensino a distância. Diferenciou a educação continuada da educação permanente. Destacou como fortalecimento a potencialização do ensino online com a pandemia, com um aumento expressivo no número de matriculas, principalmente em cursos de especialização e a oferta rápida e capilarizada de temas emergentes e relevantes. Como fragilidades, o professor apontou a redução dos investimentos em programas e ações de EP e também da construção de espaços propícios para a participação dos trabalhadores em atividades de EP.

Joselice iniciou sua apresentação com uma pergunta disparadora: “Como vai ser a Educação Permanente em Saúde após a pandemia?”. Houve um uso maior das tecnologias digitais, porém alguns problemas foram evidenciados: a falta de inclusão digital adequada, a inacessibilidade de internet, de internet de qualidade e de recursos e dispositivos tecnológicos. Isso dificulta a formação e forçou uma maior capacidade de trabalho em rede. Apontou que o Ministério da Saúde, conjuntamente com a UNASUS, que já apresentava ofertas de educação online, o Campus Virtual e os diversos departamentos de ensino a distância já consolidados permitiram uma resposta rápida à pandemia. Houve produção de cursos em tempo recorde e os profissionais se viram obrigados a encarar tecnologias como Zoom, Google Meets, Canvas, dentre outros. Com isso, a interação com o território, processo importante, se mostrou um desafio, o qual os profissionais estão aprendendo a lidar. O futuro é o ensino híbrido com uma maior integração entre alunos, território e tecnologias.

O professor Lucio iniciou sua fala destacando que a intensificação do uso de tecnologias já vinha ocorrendo mesmo antes da pandemia, seja por motivos de mercado ou pelas facilidades de acesso. O que aconteceu com a pandemia foi um aumento exponencial do uso. Um dos resultados desse aumento foi uma maior desigualdade social. No Brasil, ainda se tem que lidar com internet de baixa qualidade, onde usuários evitam ligar a câmera para não prejudicar a velocidade da mesma, e que o acesso à educação online ainda restringe um grande número de usuários. Apontou ainda que é necessário que as universidades foquem nos softwares de acesso livre e que há muita desinformação (fake news) que afeta diretamente no cuidado da saúde.

Exemplo de texto para o vídeo

Sob mediação de Wilza Maria Ramos iniciou a segunda mesa de debates. Ela abordou o significado de trilha, definindo-a como uma rota, caminho ou percurso. Apontou que não se trata apenas da chegada ao local, mas sim de todo o processo envolvendo a viagem. A professora desenvolveu uma revisão integrativa para a Fiocruz, com um recorte temporal de cinco anos sobre as trilhas de aprendizagem aplicadas ao e-learning para a educação permanente em saúde, e compartilhou seus resultados. Houve um aumento exponencial na disponibilização de cursos, em que a maioria são cursos MOOCs e e-learning, ambos abertos à comunidade e flexíveis. Wilza destacou como uma dificuldade a escassez de estudos de trilhas de aprendizagem aplicadas na área da saúde, tanto na literatura nacional, quanto na internacional. Abordou também a andragogia, enfatizando a necessidade de valorização do ensino para adultos e o mapeamento de competências e de modelos de ambientes adaptativos, onde dois alunos seguindo a mesma trilha podem resultar em processos de aprendizagem diferentes. Apontou que há diversos aspectos positivos na trilha de aprendizagem como jornadas de estudos intensivas, sob escolha do usuário, ausência de custo de deslocamento, atualização constante do conteúdo, etc. Por fim, considerou um ponto a melhorar, que nem sempre o conhecimento é convertido em intervenções nas práticas.

Ciclo de Debates 2017

Assista as mesas com diversos especialistas debatendo temas importantes no 1º Ciclo de Debates do Projeto Educação, Saúde e Tecnologias em Mar Aberto.

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Ciclo de Debates 2019

Assista as mesas com diversos especialistas debatendo temas importantes no 2º Ciclo de Debates do Projeto Educação, Saúde e Tecnologias em Mar Aberto.

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