Pistas para uma aprendizagem colaborativa online na educação de profissionais de saúde

janeiro 14, 2021 13:13

Embora o alvo principal da pesquisa sobre a colaboração online fosse identificar as experiências relacionadas à Educação Permanente em Saúde, após a análise dos 45 artigos selecionados conforme critérios apresentados no post anterior, foram identificados estudos relevantes em outras áreas de formação, como pesquisas no âmbito da graduação e da pós-graduação, o que permitiu ampliar o debate em torno da temática. Assim, as pesquisas foram organizadas segundo três categorias estratégicas: experiências na graduação em saúde; experiências na pós-graduação em saúde e experiências com profissionais de saúde. Ainda assim, 49% dos documentos tratavam da educação permanente em saúde, reunindo experiências de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, farmacêuticos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, entre outros.

Da totalidade dos artigos, a maioria (20%) foi produzida por pesquisadores ou instituições brasileiras. Quanto aos tipos, foi possível observar uma prevalência de estudos exploratórios, seguido por estudos bibliográficos, embora também tenha sido identificado outros de carácter experimental, relatos de experiência e estudos de caso.

A partir deste quadro geral, o trabalho de revisão dedicou-se a analisar primeiramente os contextos colaborativos online na educação em saúde, identificando que na última década o debate e práticas relacionadas à temática foram intensificados, registrando avanços importantes. Assim, esta revisão integrativa revelou que as evidências levantadas pela análise dos dados a necessidade de organizar os contextos colaborativos de aprendizagem em saúde segundo as categorias de espaços e ambientes, projetos e programas, estratégias pedagógicas.

Por espaços e ambientes entende-se as plataformas e ambientes virtuais de aprendizagem, disponíveis na web. Neste sentido, os estudos destacaram experiências de colaboração no âmbito da saúde em diferentes espaços virtuais, o que traduz-se em benefícios para o aprendizado em grupo, tornando a aprendizagem mútua entre os participantes.

Outra sistematização apresentada pelo trabalho de revisão foi a de projetos e programas que trazem a perspectiva da colaboração em sua metodologia e resultados. Estes projetos mencionados nos estudos analisados carregam consigo a ideia de que a comunicação e a presença social fazem parte de um ambiente favorável ao aprendizado, tornando-se imprescindível o uso de tecnologias que possam dar suporte à colaboração. Ainda, o trabalho destaca nesta categoria a discussão de experiências interprofissionais, compreendidas como uma oportunidade para a tomada de decisões partilhadas e práticas integradas no âmbito do trabalho.

Por fim, no que diz respeito ao contexto de colaboração, alguns estudos foram enquadrados na categoria de estratégias pedagógicas por recorrem a ações vinculadas à utilização de diferentes recursos que resultaram em práticas colaborativas ligadas à formação de profissionais em saúde. Sublinha-se, nesta esfera, as estratégias pensadas e planejadas por meio de metodologias ativas, que  favorecem o desenvolvimento de capacidades críticas e que podem contribuir para a transformação da realidade do Sistema Único de Saúde.

Estratégias pedagógicas citadas nos estudos

Cabe salientar que as seja no contexto ambiental, de projetos ou das estratégias, a colaboração online possibilita uma maior integração entre os campos teóricos e práticos, garantindo a promoção de conhecimentos para além das competências técnicas. 

A aprendizagem colaborativa têm aberto os horizontes para experiências de formação em saúde pautadas num paradigma construtivista, colocando em questão as práticas tradicionais de ensino muitas vezes reproduzido no contexto online. Os benefícios da colaboração online na saúde foram evidenciados em todos os artigos analisados, o que contribui parao entendimento de que as práticas de educação permanente em saúde devem ser arquitetadas e devidamente planeadas com base em seus pressupostos.

Por fim, o trabalho de pesquisa aponta alguns aspectos limitadores e recomendações. Entre as limitações descam-se a insuficiente competência de professores, tutores e alunos no uso das TICs, o pouco tempo disponível para a realização de atividades de aprendizagem em rede e dificuldades com conectividade e equipamentos, entre outras. Contudo, recomenda que sejam pensadas ações e estratégias integrados aos processos de educação permanente em saúde, com vistas a guiar a produção de conhecimento coletivo. Ainda, que sejam pensadas atividades de promoção de competências tecnológicas, bem como para suporte às ferramentas. 

“Este é um texto de divulgação científica que adota uma estética jornalística. Foi editado e produzido por Juliana Vargas com o objetivo de divulgar uma pesquisa acadêmica realizada por Gleice Assunção da Silva com orientação de ????, no âmbito do Projeto Avaliação e prospecção de tecnologias web para a Educação Permanente em Saúde” 


joseema janeiro 14, 2021 13:13




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