Resumo
A psicoterapia de grupo com mães atípicas surgiu mediante o olhar sensível para suas necessidades de fala e escuta empática, visto que quando se refere a maternidade de uma criança com deficiência, em sua maioria, as adversidades se multiplicam, destacando-se o preconceito e falta de rede de apoio. A iniciativa buscou oferecer suporte psicológico e contribuir com equilíbrio emocional frente aos desafios do dia a dia com a criança atípica, promovendo assim qualidade de vida e bem estar para a mãe. Inicialmente foram realizadas as triagens das pacientes, observando os sintomas de ansiedade desencadeados pela sobrecarga da maternidade atípica. Foram realizadas 16 sessões com duração de uma hora e meia. Durante os encontros, ocorreram dinâmicas e orientações sobre autoconhecimento, autocuidado e ansiedade. Foram desenvolvidas técnicas e ferramentas baseadas na Terapia Cognitivo-Comportamental, bem como escuta ativa, acolhimento e intervenções acerca das demandas. Houve compartilhamentos sobre vivências entre as participantes, propiciando o encorajamento pessoal e fortalecendo o vínculo social. Baseando-se na evolução de cada participante, o grupo foi finalizado com êxito conforme o planejamento inicial, apresentando mulheres mais fortalecidas no enfrentamento das adversidades da maternidade atípica; desenvolvendo estratégias para lidar com as problemáticas inerentes às suas dificuldades e compreendendo a importância de cuidar de si para cuidar do outro. Como profissional da psicologia e diante da experiência relatada, reitero a importância de espaços que validem as dores dessas mães e a compreensão da sociedade de que não há como cuidar de um filho sem saúde mental.