Contributos teóricos para a avaliação ergonômica-pedagógica da EAD

fevereiro 21, 2020 07:26

Neste post apresentamos os resultados da revisão de literatura acerca da primeira pergunta levantada na construção metodológica da Matriz Analítica. Quais são as contribuições existentes na literatura sobre a avaliação ergonômica-pedagógica relacionadas à Educação a Distância? Com esta questão, o objetivo é apresentar as principais avaliações ergonômica-pedagógicas existentes aplicadas para contextos de educação a distância. Pela pluralidade de estudos dedicados à avaliação ergonômica e pedagógica no campo amplo da educação, como forma de limitar a pesquisa de literatura neste contexto, optou-se por selecionar apenas os autores que se dedicam à avaliação de material pedagógico no contexto específico da educação à distância. O termo ‘pedagogical usability’ é usado para definir esta colaboração entre usabilidade e a área de educação. Assim, enquanto alguns autores defendem o uso estritamente ergonômico e técnicas tradicionais na área da educação, outros insistem sobre a importância do lado educacional sem abandonar a integração da usabilidade. Na forma de linha do tempo, 23 autores contribuem neste contexto: Bates1, Van Slyke, Kittner, e Belanger2 Squires e Preece3, Quinn, Alem e Eklund4, Scanlon, Jones, Barnard, Thompson e Calder5, Belanger e Jordan6, Hughes e Attwell7, Matera, Costabile, Garzotto e Paolini8, Bunderson9, Trinchero10, Lam e McNaught11, Mehlenbacher, Bennett, Bird, Ivey, Lucas, Morton e Whitman12, Dringus e Cohen13, Kirkpatrick e Kirkpatrick14, Baker e O’Neil15, Nokelainen16, Ardito, Costabile, De Marsico, Lanzilotti, Levialdi, Roselli e Rossano17, Shield e Kukulaska-Hulme18, Bolchini e Garzotto19, Zumbo e Ruhe20, Zaharias e Poylymenakou21,   Ssemugabi & de Villers22, Alsumait e Al-Osaimi23.

Linha do tempo: contribuições teórico-conceituais para a construção da matriz

A diferenciação entre os autores e os estudos por eles conduzidos serviu de base para a estruturação e cruzamento dos critérios de avaliação. A partir do levantamento bibliográfico, no contexto da EaD, seis atores são destacados e merecem ser avaliados segundo critérios específicos: aprendizes, instrutores, curso, sociedade, instituição e sistema. No que diz respeito aos aprendizes, é necessário levar em consideração a satisfação, o histórico de aprendizagem, a motivação, as habilidades técnicas, os objetivos pessoais e expectativas, o conhecimento, o progresso, participação, e a interação. Para os instrutores foram pontuadas as competências, a interação e o envolvimento, enquanto no âmbito do curso é preciso enfatizar as metas e os objetivos, os resultados e a avaliação, a inclusão de exemplos práticos e as tarefas. No que se refere ao ponto de vista da sociedade, ressalta-se a relevância. São pontos importantes no contexto da instituição, os objetivos de alcance, os recursos, a gestão, os valores e a certificação. Para o sistema, é necessário considerar fatores como equipamento, acessibilidade, conectividade e suporte.

Atores destacados no levantamento bibliográfico

Essa classificação contribui para identificação das categorias e dos pontos que devem ser tomados em consideração no processo de avaliação. Por isso, considerar a especificidade dos atores envolvidos do processo é de grande relevância para estruturar a matriz. Contudo, a literatura permite também propor uma outra classificação possível, segundo as áreas de usabilidade, educação, comunicação e design.

Avaliação segundo critérios específicos

Este é o segundo post relacionado ao assunto “Construção Matriz Analítica”. No primeiro apresentamos a metodologia de construção da matriz para, em seguida, apresentar os resultados em torno das perguntas de pesquisa que  nortearam a elaboração inicial do instrumento, com base em revisão de literatura. No próximo texto é possível acessar às discussões em torno da segunda pergunta: Quais são os elementos importantes que constituem uma avaliação de material do ponto de vista da Ergonomia e da Usabilidade?

Referências

  1. Bates, A. W. (1995). Technology, open learning and distance education. London: Routledge
  2. Van Slyke, C., Kittner, M., & Belanger, F. (1998). Distance education: A telecommuting perspective. In Proceedings of the fourth America’s conference on information systems (pp. 666–668).
  3. Squires, D., and Preece, J. (1999). Predicting Quality in Educational Software: Evaluating for Learning, Usability, and the Synergy between them. Interacting with Computers, Elsevier Science Ltd, Great Britain, 1999, vol. 11, n° 5, p. 467-483.
  4. Quinn C, Alem L & Eklund J (1999) A pragmatic evaluation methodology for an assessment of learning Effectiveness in instructional systems. In S Brewster, A Cawsey & G Cockton (Eds.) Human-Computer Interaction INTERACT99 (Vol. II). British Computer Society, UK. p.55-56
  5. Scanlon, E., Jones, A., Barnard, J., Thompson, J., & Calder, J. (2000). Evaluating information and communication technologies for learning. Educational Technology and Society, 3(4), 1–10.
  6. Belanger, F., & Jordan, D. H. (2000). Evaluation and implementation of distance learning: Technologies, tools and techniques. Hershey, PA: Idea Group.
  7. Hughes, J., & Attwell, G. (2002). A framework for the evaluation of e-learning. Proceedings of European seminars—exploring models and partnerships for e-learning in SMEs.
  8. Matera M., Costabile MF, Garzotto F, Paolini P (2002), SUE inspection: an effective method for systematic usability evaluation of hypermedia. IEEE Trans, Syst, Man and Cybern – Part A 32(1):93-103 e Matera M., De Angeli A., Costabile MF., Garzotto F., Paolini P. (2000), Validating the SUE inspection technique. In Proceedings of AVI 2000 23-26 May, Palermo, Italy, pp.143-150.
  9. Bunderson, C. V. (2003). Four frameworks for viewing blended learning cases: Comments and critiques. Quarterly Review of Distance Education, 4(3), 279–288.
  10. Trinchero R (2004) Valutazione della qualità dei sistemi formativi basati sulle TIC.
  11. Lam, P., & McNaught, C. (2005). Building an evaluation culture and evidence base for e-learning in three Hong Kong universities. British Journal of Educational Technology, 36(4), 599–614.
  12. Mehlenbacher B, Bennett L, Bird T, Ivey M, Lucas J, Morton J, Whitman L (2005), Usable e-learning: A conceptual Model for Evaluation and Design, Proceedings of HCI International 2005: 11th International Conference on Human-Computer Interaction, vol 4, Las Vegas, pp 1- 10.
  13. Dringus, L. P., & Cohen, M. S. (2005). An adaptable usability heuristic checklist for online courses 35th ASEE/IEEE Frontiers in Education Conference, T2H-6 – T2H-11.
  14. Kirkpatrick, D. L., & Kirkpatrick, J. D. (2006). Evaluating training programs. The four levels (3rd ed.). San Francisco: Berrett-Koehler.
  15. Baker, E. L., & O’Neil, H. F. (2006). Evaluating web-based learning environments. Web-based learning: Theory, research, and practice, 3-20.
  16. Nokelainen, P. (2006). An empirical assessment of pedagogical usability criteria for digital learning material with elementary school students. Educational Technology & Society, 9 (2), 178-197.
  17. Ardito, C., Costabile, M.F., De Marsico, M., Lanzilotti, R., Levialdi, S., Roselli, T., and Rossano, V. (2006). An Approach to Usability Evaluation of e-Learning Applications. Universal Access in the Information Society,vol. 4, n° 3, p. 270 – 283.
  18. Shield L e Kukulaska-Hulme A (2006) Are language learning websites special? Towards a research agenda for discipline-specific usability. Journal of Educational Multimedia and Hypermedia, v. 15, n. 3, p. 349-369.
  19. Bolchini D. e Garzotto F. (2008) Quality and Potential for Adoption of web Usability Evaluation Methods : An Empirical Study on MILE+, Journal of web engineering 7(4), 229-317.
  20. Zumbo B, Ruhe V. (2009) Evaluation in Distance Education and E-learning: the Unfolding Model, the Guilford Press, New York.
  21. Zaharias P, Poylymenakou A. Developing a Usability Evaluation Method for e-Learning Applications: Beyond Functional Usability. Int J of Hum Comput Interact. 2009;25(1):75-98. 27.
  22. Ssemugabi, Samuel & Villiers, Ruth. (2010). Effectiveness of heuristic evaluation in usability evaluation of elearning applications in higher educ. South African Computer Journal. 45. 10.18489/sacj.v45i0.37.
  23. Alsumait, A.A. & Al-Osaimi, A., 2010, Usability Heuristics Evaluation for Child E-learning Applications, Journal of Software, 5(6), p. 654

“Este é um texto de divulgação científica que adota uma estética jornalística. Foi editado e produzido por Juliana Vargas com o objetivo de divulgar uma pesquisa acadêmica realizada por Stéphanie Marie Dominique Bertrand Thomas Cor Coomans de Brachene, no âmbito do Projeto Avaliação e prospecção de tecnologias web para a Educação Permanente em Saúde.”


Mar Aberto fevereiro 21, 2020 07:26




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